Na última segunda-feira (16), deputados federais do PSol pediram ao Ministério Público Federal (MPF) uma investigação sobre a igreja Assembleia de Deus de Rio Verde, Goiás (GO), pelo retiro “Maanaim”. O documento alega que o retiro busca converter jovens LGBTQIA+ em heterossexuais, praticando a chamada “cura gay”. Antes de morrer, a influenciadora Karol Eller, teria frequentado o local no dia 12 de outubro.
Em setembro, a influencer, que era lésbica, começou um processo de renúncia da orientação sexual após participar de um retiro religioso. “Sim, eu renunciei à prática homossexual, eu renunciei vícios e renunciei os desejos da carne para viver em Cristo! Que Deus abençoe vocês!”, ela havia anunciado nas redes sociais.
“A conduta criminosa de tratamento de "cura gay" pelos Representados deve ser imediatamente coibida, assim como investigadas as vítimas já submetidas a tamanha violência, para que vidas sejam preservadas”, dizem a representação de dos deputados Erika Hilton (SP), Luciene Cavalcante (SP) e Pastor Henrique Vieira (RJ).
No texto, os parlamentares mencionam publicações feitas por Karol Eller nos dias que antecederam sua morte, o qual ela declara ter “se convertido". Poucas horas antes de cair do quarto andar do prédio na zona sul de São Paulo (SP), a influenciadora compartilhou uma mensagem indicando que havia "perdido a guerra".
“A prática [da “cura gay”] leva apenas à negação da existência do sujeito, o que potencializa os casos de depressão e outras doenças psicológicas de quem é submetido. Foi o caso de Karol Eller, que, após participar do retiro em questão, cometeu suicídio atirando-se da janela do apartamento, alegando ter ‘perdido a guerra’, uma provável alusão ao fracasso em se converter à heterossexualidade”, argumentam os deputados no documento.
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