O mês de dezembro marca uma mobilização nacional na luta contra o vírus HIV, Aids e outras infecções sexualmente transmissíveis, chamando a atenção para a prevenção, assistência e proteção dos direitos das pessoas infectadas.
Segundo o boletim epidemiológico divulgado pelo Centro de Testagem e Aconselhamento/Serviço de Atendimento Especializado de Marabá (CTA/SAE), somente nos dez primeiros meses de 2023 (de janeiro a outubro) foram contabilizados 137 novos casos em Marabá, sendo 91 do sexo masculino e 46 do sexo feminino.
Desse total, 20 afirmam ser homossexuais, 11 bissexuais e 60 heterossexuais. Além disso, cinco são gestantes.
Os bairros que mais registraram casos de infecção por HIV foram: Nova Marabá (50), São Félix (15), zona rural (9), Liberdade (7) e Independência (6).
Dentre os quinze municípios que o órgão fornece assistência e monitoramento, foram contabilizados 209 casos de janeiro a outubro. Marabá lidera o ranking, seguida de Rondon do Pará com 14 casos, Jacundá com 13, São Geraldo do Araguaia com 10, Dom Eliseu com 9 e Itupiranga com 7.
Vale ressaltar que qualquer pessoa pode ir até o CTA, localizado na Marabá Pioneira, anexo ao Hospital Materno Infantil. Lá são feitos testes rápidos e exames sorológicos para toxoplasmose, citomegalovírus, rubéola e herpes, por exemplo. Além disso, eles fornecem o serviço de profilaxia, que é feito até 72 horas depois da exposição de risco, como quando estoura o preservativo ou quando a pessoa é vítima de violência sexual e entra em contato com material biológico do agressor.
Recentemente, o Ministério da Saúde divulgou um boletim epidemiológico sobre HIV/AIDS no país. Nos últimos dez anos, o Brasil registrou queda de 25,5% no coeficiente de mortalidade por AIDS, que passou de 5,5 para 4,1 óbitos por 100 mil habitantes. Desse total, 61,7% das mortes foram entre pessoas negras (47% pardos e 14,7% pretos) e 35,6% entre brancos.
Os dados reforçam a necessidade de considerar os determinantes sociais para respostas efetivas à infecção e à doença, além de incluir populações chave e prioritárias esquecidas pelas políticas públicas nos últimos anos.
UM MILHÃO DE PESSOAS VIVENDO COM HIV
Estima-se que, atualmente, um milhão de pessoas vivam com HIV no Brasil. Desse total, 650 mil são do sexo masculino e 350 mil do sexo feminino. De acordo com o Relatório de Monitoramento Clínico do HIV, na análise considerando o sexo atribuído no nascimento, as mulheres apresentam piores desfechos em todas as etapas do cuidado.
Enquanto 92% dos homens estão diagnosticados, apenas 86% das mulheres possuem diagnóstico; 82% dos homens recebem tratamento antirretroviral e 79% das mulheres estão em tratamento; 96% dos homens estão com a carga viral suprimida – quando o risco de transmitir o vírus é igual a zero – mas o número fica em 94% entre as mulheres.
Para acabar com a AIDS como problema de saúde pública, a Organização das Nações Unidas (ONU) definiu algumas metas globais, como: ter 95% das pessoas vivendo com HIV diagnosticadas; ter 95% dessas pessoas em tratamento antirretroviral; e, dessas em tratamento, ter 95% com carga viral controlada.
Hoje, em números gerais, o Brasil possui, respectivamente, 90%, 81% e 95% de alcance. O Ministério da Saúde reafirma que possui os insumos necessários e já aumentou, neste ano, em 5% a quantidade total de pessoas em tratamento antirretroviral em relação a 2022, totalizando 770 mil pessoas.
ESTADO DO PARÁ
O estado do Pará é o terceiro no Brasil em casos de HIV somando 3.620 no ano de 2022 e 2.842 casos até o momento este ano. A faixa etária com mais casos apresentados é entre 20 a 34 anos, seguida de 35 a 49 anos.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, Belém é a segunda capital do país em número de pessoas vivendo com HIV/AIDS, estando atrás apenas de Porto Alegre (RS).
O que chama a atenção é o número de mortes no estado. Em 2022, 727 pessoas morreram em virtude de complicações por AIDS.
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