Não há indicativos de penetração, conforme o laudo do exame sexológico realizado na criança de 5 anos supostamente vítima de estupro em Marabá, no começo do mês.. A informação foi dada pelo superintendente de Polícia Civil, delegado Vinícius Cardoso, na manhã desta quinta-feira (9). O caso é investigado pela Delegacia de Atendimento à Criança e ao Adolescente (Deaca).
Cardoso cita trecho do documento que confirma uma lesão na região genital, mas que é sugestiva a um ‘trauma de cavalaria’. “Exemplificando, é aquela lesão de quando a pessoa cai com as pernas abertas e machuca a genitália, ou quando ela leva uma pancada”, explica.
A autoridade policial pontua que o laudo condiz com a interpretação inicial do caso, quando a criança contou que havia caído no banheiro. A alegação foi repercutida pela professora para a mãe dela, explica o delegado.
Ele segue dando mais detalhes sobre o que foi apurado pelos servidores da PC quanto à dinâmica escolar no dia do ocorrido e conta que durante o horário do intervalo das crianças de 5 anos, um funcionário da escola manteve contato visual com a porta do banheiro, fato que descarta a presença de terceiros naquele ambiente, conforme concluiu a investigação.
“O trabalho realizado pela polícia dentro da escola também descarta a invasão de uma pessoa e sua fuga furtiva. E agora o laudo veio para corrobora”, elabora Vinicius.
FAKE NEWS
Com a repercussão do caso, principalmente na internet, notícias e informações falsas foram amplamente divulgadas, incluindo a fotografia de um rapaz apontado levianamente como autor de um suposto abuso, diz o delegado Vinicius Cardoso. “Essa pessoa está sofrendo ameaças de morte, ela esteve na delegacia nos últimos dois dias, ficou ontem o dia todo por causa dessas ameaças”.
Outra problemática envolvendo as “fakes news” sobre o caso diz respeito à incitação de depredação da escola e violência física contra seus servidores. O delegado ressalta a gravidade dessas ações e garante que as pessoas identificadas como instigadores de tais atos serão responsabilizadas judicialmente, por ameaça ou incitação ao crime, dependendo do contexto. “É importante que as pessoas tenham cautela e aguardem o trabalho da polícia, que é feito de maneira séria, profissional e técnica e principalmente dentro da legalidade”, reforça.
Ao finalizar sua fala, Vinicius explica que as investigações sobre o caso ainda estão em andamento.
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