Famosos são acusados de disputar likes em meio à tragédia

A fome é uma necessidade urgente que não espera e precisa ser saciada, como afirmava o sociólogo Betinho (Herbert José de Sousa). No caso da tragédia ambiental em curso no Rio Grande do Sul, não é apenas comida que é necessária, mas também água potável, abrigo, roupas, medicamentos e uma série de itens para as milhares de pessoas que perderam tudo. Em cidades gaúchas que quase foram engolidas pelas águas do Guaíba, qualquer ajuda é bem-vinda. Aqueles que estão enfrentando essa urgência não se importam de onde - ou de quem - vem o socorro. Nessa situação, a linha entre altruísmo e oportunismo pode ser tênue, e a internet está pronta para julgar e não perdoar.

Nos últimos dias, além de acompanhar as notícias e as redes sociais sobre a catástrofe ambiental no Rio Grande do Sul, milhares de pessoas se mobilizaram para ajudar com doações, seja em dinheiro ou em materiais. Muitos se voluntariaram para ajudar no resgate de pessoas e animais isolados.

Até mesmo famosos se uniram à corrente solidária, mas algumas atitudes de celebridades ganharam tanta repercussão quanto o drama dos gaúchos. Influenciadores digitais, youtubers e ex-participantes do Big Brother Brasil foram acusados de fazer "Turismo de Desastre" ou "Turismo Obscuro", que consiste em visitar os locais de grandes tragédias, acidentes ou eventos traumáticos. Para muitos usuários das redes sociais, é isso que os famosos estão fazendo no Rio Grande do Sul, assistindo à miséria alheia ao vivo para ganhar curtidas.

Davi Brito, Felipe Neto e Whindersson Nunes

O vencedor do BBB24, Davi Brito, esteve em Canoas, uma das cidades mais afetadas, acompanhando os caminhões de suprimentos para as vítimas e filmando tudo para mostrar aos seguidores. Alguns moradores da cidade hostilizaram o rapaz, acusando-o de querer se promover com a tragédia. Na mesma semana, a ex-BBB16, Ana Paula Renault, acusou Davi de praticar o "turismo de tragédia" e de atrapalhar as operações de resgate diante das dificuldades no estado. No YouTube e no antigo Twitter, Felipe Neto e Whindersson Nunes, dois dos influenciadores mais famosos do Brasil, se envolveram em trocas de acusações e provocações, que até envolveram a primeira-dama do país.

Entenda como a briga começou

Janja da Silva comentou que estava emocionada com o resgate do cavalo Caramelo, que estava em um telhado completamente alagado e foi resgatado pelos bombeiros, exército e veterinários na quinta-feira. Whindersson, que estava mobilizado para o resgate, ficou chateado por não ter conseguido ajudar a tempo e começou a ironizar as postagens da primeira-dama com um meme sobre a novela Travessia.

Acusação

Os internautas reagiram negativamente às postagens do youtuber e o acusaram de misoginia por atacar Janja. Felipe Neto entrou na discussão ao opinar sobre o assunto, sem mencionar diretamente Whindersson, mas a indireta foi sentida e a partir daí os influenciadores começaram a brigar e fazer acusações sobre o passado um do outro.

Bom senso

Enquanto a crise no Rio Grande do Sul continua, os fãs e os haters das celebridades brigam na internet, enquanto aqueles que têm bom senso tentam ignorar as polêmicas e focar nas vítimas. Quem não gosta de Davi ou de Felipe afirma que eles estão em busca de visibilidade. Já os que gostam defendem que eles estão fazendo a sua parte.

No caso de Felipe, além de enviar purificadores de água para o estado afetado, ele anunciou na quinta-feira que gostaria de "adotar a égua Caramelo". Logo após o resgate, os veterinários haviam afirmado que era uma égua, mas depois confirmaram que era um cavalo. A atriz Giovanna Ewbank também expressou interesse em adotar o animal.

Enquanto as celebridades discutem e exibem o próprio empenho em ajudar os gaúchos nos reels do Instagram, há quem lembre que o altruísmo e a solidariedade devem ser praticados com empenho, mas sem tanto holofote.

Como ser voluntário no Rio Grande do Sul?

A Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil do Rio Grande do Sul lançou um formulário para voluntários que desejam atuar em tarefas de organização, seleção e triagem das doações de ajuda humanitária.

Instituições, empresas e ou grupos interessados no voluntariado também podem preencher o cadastro no link: https://casamilitar-rs.com.br/voluntariado/.