Em entrevista ao jornalista Marcelo Bulhões, da Rádio Floresta, de Tucuruí, um sobrevivente do trágico acidente que vitimou quatro pessoas, fez uma revelação preocupante: o ônibus apresentou problemas nos freios ainda na cidade de Goianésia, a 65 km de Tucuruí, local do acidente, no domingo (26). O ônibus conduzia uma delegação do Instituto Federal do Pará (IFPA), de Castanhal, para participar de jogos estudantis em Tucuruí. No acidente morreram duas professoras, o motorista e um estudante.
De acordo com o relato do sobrevivente, que não teve a identidade revelada, o motorista do ônibus, Edinaldo de Jesus Ferreira Meireles, ainda tentou consertar o freio do veículo, mas como era domingo à tarde, ele não encontrou nenhuma oficina aberta e continuou a viagem. Todavia, os passageiros imaginaram que o problema estivesse resolvido.
O motorista ainda fez uma parada na entrada da barragem de hidrelétrica de Tucuruí, para fotos e vídeos, já que o lugar é um ponto turístico. O passageiro disse que, naquele momento, circulou um boato de que o motorista teria perguntado a pessoas que estavam ali se havia muitas curvas até chegar em Tucuruí. Em seguida, a viagem continuou. Foi aí que veio o primeiro susto.
O homem relata que o ônibus passou muito rápido em uma lombada. Ele lembra, inclusive, que estava com duas pedras de gelo na mão e as pedras caíram no momento em que o veículo passou pelo redutor de velocidade. Nessa hora muita gente olhou para o corredor para ver o que estava acontecendo.
Em seguida, mais um sinal de que as coisas não iriam acabar bem. O sobrevivente conta que o motorista possivelmente desligou o motor do ônibus na tentativa de fazer o veículo parar e passou a transitar em ziguezague, tudo isso para amenizar a velocidade. Não adiantou.
Houve um novo impacto em uma segunda lombada e logo em seguida o ônibus saiu da pista, em direção ao muro da barragem. O rapaz lembra que bateu com a cabeça em alguma coisa e apagou. Quando acordou, instantes depois, o pior já tinha acontecido.
Perguntado se os passageiros estavam usando cinto de segurança, ele disse que na maior parte da viagem o equipamento de segurança foi utilizado, mas depois que eles saíram para tirar fotos, muitos acabaram relaxando, ao voltar para o ônibus, pois já estavam muito perto do destino final e se encontravam ansiosos pela chegada.
Além de Edinaldo de Jesus, morreram também no acidente as professoras Amanda Cristiani da Silva Costa e Suany Couto Teixeira Nunes e o estudante Paulo Vinícius da Silva Borges.
Os 14 estudantes e o restante da delegação retornaram para Castanhal no início da noite desta terça-feira (28) e foram recebidos com palmas, mas em clima de extrema comoção. Muitos deles choraram ao se reencontrarem com pais e responsáveis.
Este CORREIO entrou em contato por telefone com o diretor geral do IFPA em Castanhal, para saber sobre a periodicidade da manutenção dos ônibus utilizados nas viagens por parte do instituto, mas ele não atendeu à chamada telefônica.
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